Aprendendo Ciências com Cândido Pedrosa: Aula de Cnidários 7 A E B

Cnidários

Os cnidários (cnido=urtiga) são animais exclusivamente aquáticos representados por hidras, medusas ou água-vivas, corais e anêmonas-do-mar, na grande maioria marinha, fixa (séssil) ou livre, isolada ou em colônias. Neste grupo há cerca de 11 mil espécies, representados por hidras de água doce, há medusas de pequeno porte em milímetros e algumas de grande porte atingem metros.

As células características desse filo são conhecidas por cnidoblastos, essas células em situação de perigo excreta uma substância tóxica, parasitante, sendo eliminada por longo filamento. Os cnidoblastos são disparados em defesa dos cnidários e assim injetando a toxina no corpo de outros animais, essa substância além de servir como defesa ela é utilizada para a captura de alimentos, que são pequenos crustáceos e peixes.

Os cnidários podem se apresentar como medusas ou pólipos. Os pólipos são fixos, cilíndricos e possuem uma coroa de tentáculos ao redor da boca, localizada na extremidade livre. Exemplos de hidras, as rosas-do-mar (anêmonas) e os corais. As medusas são livres nadam, tem forma de calota esférica, com vários tentáculos nas bordas.

O corpo dos pólipos e medusas é formado por uma camada externa epidermal, essa camada é possui cnidoblastos, que são células contráteis, pequenas células intersticiais indiferenciadas e células sensoriais. A camada interna a gastroderme, possui células secretoras de enzimas digestivas, pela primeira vez na linha da evolução ocorre a digestão extracelular no interior de uma cavidade digestória. Outras células são responsáveis pela digestão intracelular de partículas alimentares, completando a digestão, essas células também são responsáveis pela capacidade de contração. A cavidade digestória é chamada de cavidade gastrovascular, cuja sua função é o transporte dos alimentos digeridos. Isso explica o outro nome dado aos cnidários que é celenterado (cele= cavidade+ entero= intestino). Os restos alimentares não digeridos são expulsos pela boca dos pólipos e medusas. Entre a epiderme e a gastroderme, há uma camada gelatinosa conhecida por mesogléia, nos pólipos a mesogléia é fina e nas medusas a mesogléia é volumosa lhe dando o aspecto de massa aquosa transparente.

Os cnidários são mais complexos que os poríferos, pois apresentam digestão extracelular, na cavidade geral, uma rede de células nervosas simples, dispersa por todo o corpo (sistema nervoso difuso), sob a epiderme, órgãos sensoriais simples e gônadas. Porém ainda não possui sistema respiratório e excretor as trocas de gases e eliminação de excretas ocorrem por difusão direta.

A locomoção

As medusas são excelentes nadadoras, as maiores percorrem longas distâncias em mar aberto. Isso ocorre as suas células são dispostas em anel que ao se contraírem, forçam a saída de jato de água da parte ventral do corpo, deslocando as medusas em sentido oposto. Por conta dessa habilidade elas são eficientes predadoras na captura de outros animais. As caravelas são indivíduos coloniais flutuantes que são levados passivamente pelas correntes, capturam suas presas com os longos tentáculos onde se concentram pequenos pólipos especializados ricos em cnidoblastos. A boia colorida podendo chegar até meio metro de comprimento, acumula gases, o que garante a flutuabilidade sem gastar energia.

Os pólipos se locomovem, lentamente apoiando-se em rochas ou outros substratos. Eles se arrastam deslocando o disco da base do corpo cilíndrico ou dão cambalhotas. Nessa situação os pólipos curvam o corpo, fixam os tentáculos, em seguida soltam o disco basal para depois fixa-lo mais adiante. Eles se locomovem em busca de alimento e melhores condições ambientais.

A reprodução

A reprodução pode ser assexuada e sexuada. A reprodução assexuada em hidras pardas ou verdes é feita por brotamento. Brotos laterais, em várias fases de crescimento, são comumente vistos ligados à hidra-mãe e dela logo se destacam. Esse processo de multiplicação, em que não ocorre variabilidade genética, é propício nos ambientes estáveis e em épocas favoráveis do ano, em que as hidras estão bem alimentadas.

A reprodução sexuada

A hidra é hermafrodita. Alguns testículos e apenas um ovário são formados, principalmente em épocas desfavoráveis do ano, a partir de células indiferenciadas existentes no corpo.

O único óvulo produzido é retirado do ovário. Os espermatozóides são liberados na água e vão a procura do óvulo. A fecundação ocorre no corpo da hidra. O zigoto formado é circundado por uma espessa camada quitinosa (de consistência semelhante ao esqueleto de quitina dos insetos) e, após certo tempo de desenvolvimento, o embrião, envolto pela casca protetora, destaca-se do corpo da hidra e permanece dentro da casca durante toda a época desfavorável. Com a chegada da estação favorável, rompe-se a casca e emerge uma pequena hidra que cresce até atingir a fase adulta. Não há larva. O desenvolvimento é direto.